A Um Passo Da MPB

A Mulher � um G�nero Humano

(Falc�o)

Se voc� n�o acredita em mim
V� tirando as calcinhas.
N�o pense, talvez,
Que eu n�o seja um rapaz varonil.
N�o fa�a como fez sua m�e
Na lua-de-mel:
Me deixou falando sozinho
Feito a Voz do Brasil

Proceda ao menos uma vez
Que nem P�ncio Pilatos,
Que fez o que fez
E depois ainda entrou na ora��o.

� melhor cair em contradi��o
Do que do oitavo andar.
Evite, meu bem, pelo menos,
Que eu me vingue "na m�o".

Aquilo que aconteceu
Quase que "distiora" meu pensamento.
Aquilo que aconteceu
Quase que "disunera" meu cora��o.
Porque naquela ocasi�o,
O susto que eu tomei foi grande,
Foi al�m da conta.
E eu n�o defequei
Porque n�o tinha feze pronta.

 
N�o Mude Mais Nada

(Falc�o / Robertinho de Recife)

N�o importa que esses seus olhos azuis
Sejam lentes de contato.
Nem que esses lindos cabelos loiros
Sejam oxigenados.
Seu sorriso signal, quem v� nem diz
Que voc�
usa dentadura.
O que o Dr. Ivo Pitanguy fez em voc�
Foi uma aut�ntica escultura.

N�o importa se esse belo par de seios
Seja de silicone
E se a sua cinturinha de pamonha
Enlouquece os homens.
Suas pernas torneadas, � verdade,
S�o bem tortinhas.
Mas isso � besteira, pois o grande craque
Man� Garrincha
Tamb�m as tinha.

Gosto de voc� do jeito que voc� �,
Metade sereia, metade jacar�...
Voc� at� parece, olhando assim de longe,
Muito longe com a Xuxa.
Mas de perto � a cara daquela atriz
Que no filme da Branca de Neve
Fez o papel da bruxa.

Para ter esse seu corpinho de modelo, eu sei,
N�o precisa nem fazer dieta.
Quando eu sinto o seu corpo no meu corpo,
Lembro da minha bicicleta.
Mas esses s�o detalhes t�o pequenos em voc�,
Que nem mesmo Roberto Carlos
Com toda aquela conversa mole
Pensaria em descrever.
Voc� tem a sutileza de uma baleia
Que desliza numa Sexta-Feira Santa no oceano.
Sua eleg�ncia chega a me comover,
Pois eu me lembro de minha vaca galopando.

 

Do Mastigativo ao Defecativo

(Falc�o / Tarc�sio Matos)

Eu vou contar todo procedimento
Depois que o alimento passa da goela
Bem mastigado, com a ajuda do cuspe,
Desce por um tubo no rumo do bucho.
Em l� chegando, h� todo um aparato
Pois existe um �cido,
Um produto fino,
Que pega aquilo e faz uma gosma
Sem jeito, sem forma
e Joga no intestino

Tudo que entra pela boca adentro do indiv�duo,
Seja s�lido ou seja l�quido,
Na maior parte chega cedo ou tarde, sem aviso,
Ao terminal do tubo digestivo.

Seguindo em frente, aquela gororoba
J� tem cor e cheiro caracter�stico.
Porque na tripa fina e na grossa
O que existe agora � um bocado t�pico,
Que j� viaja na velocidade, dire��o e ritmo
Quase apocal�ptico,
Andando sempre no caminho reto
Peristalticamente em busca de um penico...

 

I Love You Tonight

(Falc�o / Dudu marote / Marcos Romera)

I love voc�
E sei que voc�
Tamb�m love mim.
E quero receber
O que voc� prometeu
Only para eu.

Se n�o for assim,
� melhor pra mim
Ficar sem ver tu.
Pois esse seu jeitin
Me deixa doidin,
Doidin for you

I love you tonight
I love you tonight
I love you tonight
I love you tonight

I love seu corpinho
I love seu umbiguinho
I love seu pezinho
I love seu cabelinho
I love seu pescocinho
And I love seu buchinho.

I love seu rostinho
I love seu suvaquinho
I love seus olhinhos
I love sua boquinha
I love sua bundinha
And I love you todinha

 

Mulher Mala

(Falc�o / Everaldo Ferraz / Martins Neto)

A mulher que eu arranjei � uma mala,
N�o vale nada, eu n�o quero mais am�-la!
Eu n�o sei qual o meu crime
Ou se � queima de karma.
Mas eu muito j� sofri
Nas unhas dessa infeliz,
Essa desclassificada.

Essa mulher desgra�ada
S� me d� raiva e gastura.
� a cruz do meu caminho,
� o que h� de mais fino
Em mat�ria de grossura.

Ela � sem compostura,
Como se fosse um pol�tico.
� ruim que nem topada,
� pior do que pancada
Na regi�o dos test�culos.

Viver com essa pustema,
S� eu mesmo � que ag�ento.
Pra mim � grande castigo
E o que ela faz comigo
N�o se faz nem com um jumento.

Ela xinga e me aporrinha,
Me irrita, me deixa mudo.
N�o sabe que a liberdade
� um p�ssaro voando
Com gaiola e tudo.

Mas eu n�o penso em vingan�a
Porque isso � muito feio.
Mas, por�m, n�o existe nada
Como um dia atr�s do outro
Com uma noite no meio.

 

A Sacanagem � Roxa

(Falc�o / Tarc�sio matos)

Voc� falou, devidamente puto
Que eu era um escroque,
Um vagabundo, escroto.
Que eu era s�rdido,
Nojento, c�nico,

Era um canalha, um moleque,
Um patife.
Que eu n�o valia
"O que o gato enterra",
Que eu merecia era um par de chifres.

Conhe�o a sua ira, mas n�o sei o porqu�!
Pois sou t�o seu amigo,
Que tendo dois cus eu dava um pra voc�...

At� entendo, mas n�o compreendo
A inconseq��ncia do seu desespero,
Porque ataca tanto a minha pessoa,
Se eu sou um santo, um querubim,
Um pr�ncipe.

Se eu vivo apenas para ser decente,
Sou inocente que nem um menino.
Eu sou um injusti�ado, que at� o c�o tem d�!
Pois o meu �nico erro foi comer sua irm�,
Sua m�e, seu pai, sua tia e a v�a sua v�...

 

Ou � ou Deixa de �

(Falc�o / Tarc�sio Matos)

Desde o tempo que c� era quadrado
A Humanidade vive esse dilema,
Se essa hist�ria de ser homem vale a pena,
Pois ser mulher tamb�m n�o est� com nada.

Quando o sujeito n�o pode sair de cima,
N�o casa e nem desocupa a noiva,
Quando o cara quer se livrar das coisas
E necessita ajuda da medicina...
Para acudir amigo
Debaixo at� de sete chaves
Amigo � sempre para acudir amigo

Ser ou n�o ser, fazer ou comprar feito,
Casar ou adquirir uma jumenta...
Em certos casos a confus�o aumenta
E n�o tem c�o no mundo que d� jeito
Se cada vez mais s elhe aumenta a d�vida,
Se o colega esconde a cobra s� de mau.
Pensa que pau � pedra e pedra � pau,
Se lhe perturba essa vontade s�bita...

 

Orai & Vigiai

(Falc�o / Tarc�sio Matos)

Eu sou o enviado divino,
O pastor que vem pra lhe salvar.
Para tanto � bastante pagar o d�zimo
E diariamente no culto orar.
Chego na igreja de manh�,
Fico de s�bado a sexta-feira.
Fa�o um acabamento nas irm�s
E ainda chuto a padroeira.

E digo conforme o vers�culo nono:
"Mais valem duas pedras no meio do caminho
Do que uma no rim..."

Garanta seu lugar no Para�so,
Este campo santo ocupacional,
Pois nossa ordem � credenciada
No alto comando celestial.
Se livre de tudo que for banal:
Sua casa, seu carro, sua geladeira.
Seja manso, bom e fraternal,
Pague em dia o carn� da nossa igreja.

Pois conforme diz o vers�culo nono:
"Mais valem duas pombas moles na m�o
Do que uma dura voando..."

 

Guerra de Fac�o

(Wilson Arag�o)

A dor do cocho � n�o ter ra��o pro gado
A dor do gado � n�o achar capim no pasto
A dor do pasto � n�o ver chuva h� tanto tempo
A dor do tempo � correr junto da morte
A dor da morte � n�o acabar com os nordestinos
A dor dos nordestinos � ter as penas exageradas
E a viola por desculpa pra quem lhe pisou no lombo
E lha lascou no cucurute vinte quilos de lajedo.

Em vez de achatar pra caixa-prego o vagabundo,
Que se deitou no trono e acordou num pau-de-sebo.
Eh eh boi, eh boiada, eh boi

A dor do jegue, tadin, nasceu sem chifre
A dor do chifre � n�o nascer em certa gente
A dor da gente � confiar demais nos outros
A dor dos outros � que nem todo mundo � besta
A dor da besta � n�o parir pra ter seu filho
A dor pior de um filho � chorar e a m�e n�o ver.

T� chegando o fim das �pocas, vai pegar fogo no mundo,
E o pior, que os vagabundos toca m�sica estrangeira
Em vez de aproveitar o que � da gente do Nordeste.
Vou chamar de mentiroso quem disser que � cabra da peste.
A dor do sol � que ele n�o conhece a noite
A dor da noite � que n�o tem mais seresteiro
A dor do seresteiro � o medo da pol�cia
A dor da pol�cia � ter ladr�o no mundo inteiro
A dor do mundo inteiro � que t� chegando gringo
A dor pior de um gringo � outro gringo do outro lado.

N�o sei se t� errado, mas arrisco meu palpite
De acabar com as bombas "atromba", encoivarar os rifles,
Tocar fogo em toda tenda que � de fabricar canh�o.
Morre muito menas gente se a guerra for de fac�o...

 

O Movimento Est� Parado

(Falc�o / Robertinho de Recife)

Ui ui ui...

Ai ai ai...

L� l� l�...

I� i� i� etc...

(Segue-se uma ruma de frases aleat�rias e ca�ticas, vol�teis, camale�nicas, ef�meras, l�beis, inflam�veis, imperec�veis, delet�reas e, sobretudo, supimpas.)

 

G.R.E.S. Eu e Meu Cachorro

(Falc�o / Tarc�sio Matos / Beto de Areia Branca)

Convidei o meu cachorro pra brincar o carnaval

Au au au, au au au - (lati-lo a cada frase)

Fomos n�s dois, eu e ele, para o Planalto Central

Sa�mos perambulando pelo Eixo Principal

Ouvimos uma algazarra no Congresso Nacional

Meu cachorro ent�o me disse:

"Tem algu�m passando mal"

Adentramos ao Plen�rio para vers e era normal

Era hora de votar uma emenda federal

Deputados, senadores, num bate boca verbal

A lideran�a prop�s uma vota��ooral

O relator deu o "contra", querendo sair no pau

Um deputado careca acordou e achou legal

Pediu: "Comece essa porra, sen�o o 'papai' tchau!"

Votada, pois, a mat�ria, terminou tudo igual

E no fim todos cantaram o velho hino nacional...

 

Quanto Mais Principalmente

(Falc�o)

J� sou velho e desde menino
Que sou nojento.
Concorri e fui eleito o Beb� Johnson de 1958.
Aos seis anos de idade - ou ser� que foi aos 12? -,
Passei da 1
a s�rie
Imediatamente para a 2a.
Com minha vasta experi�ncia sexual,
Coloquei-me, aos 13 anos, � disposi��o
Da Cruz Vermelha Internacional.

Eu me admiro � o pessoal
Assimilar, e achar legal
A minha categoria
Em mat�ria de putaria!

De Q.I. muito elevado,
Mas horr�vel de lindo,
Foi bastante 15 anos
Pra que eu aprendesse
Atravessar a avenida Sargento Herm�nio.
Completei 18 anos,
Com os tra�os de quem tinha 17;
Foi a� que, depois de muito esfor�o,
Consegui andar e, ao mesmo tempo,
Mascar chiclete.

Ao fazer 22 anos de exist�ncia
Conclu� com efic�cia e compet�ncia
O curso auxiliar de parteira
Por correspond�ncia.
Hoje, somando outro dia � minha idade,
Juro dar tudo de mim para o bem do povo,
Da Igreja e das autoridades.

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